A construção de uma casa própria. Quem nunca sonhou com isso?

Antes de realizar, é necessário o Projeto de Construção:

Para uma boa obra de construção, é fundamental a elaboração das seguintes plantas: Projeto Arquitetônico, Projeto Hidrossanitário, Projeto Elétrico e Projeto Estrutural.  No entanto, o receio de pagar caro por esse serviço leva muita gente a abrir mão de contratar um engenheiro ou arquiteto para isso. No entanto, a não elaboração dessas plantas ou sua execução mal feita pode transformar esse sonho em pesadelo , e, até mesmo, em algo de risco para a segurança dos moradores do imóvel.

Nesse texto, mostraremos alguns motivos que fazem os projetos de planta serem importantíssimos para a correta e segura execução de uma obra. Além disso, iremos mostrar como os custos desses serviços constituem, na verdade, uma forma de economia em sua construção!

Custa muito menos que a obra:

É isso mesmo o que estou querendo dizer! O custo do Projeto de Construção é mais acessível do que se possa imaginar!

Segundo tabelas de honorários estabelecidas pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e que servem de referência para profissionais e clientes, o Projeto Arquitetônico completo (clique aqui para saber mais)custa, em média, 5% da obra. Os valores desses projetos podem variar conforme natureza da obra (se é casa ou edifício residencial por exemplo), complexidade da construção, suas dimensões, nível de detalhamento, etc.

Inclusive, segundo tabelas de honorários do CREA-RJ, podemos verificar que, em média, projetos como o elétrico custa cerca de 60% do Arquitetônico, assim como o hidrossanitário e o estrutural custam, em média, aproximadamente 120% e 80% do preço de Arquitetônico completo, respectivamente.

Ou seja, se toda a construção de uma casa (com acabamento bem simples) custa cerca de  R$ 105.000, 00:

            – O Projeto Arquitetônico completo vale cerca de R$ 5.250,00 ;

            – O Projeto Elétrico vale R$ 3.150,00;

            – O Projeto Hidrossanitário (sendo o dobro do elétrico) custa cerca de R$ 6.300,00 ;

            – O Projeto Estrutural (sendo 80% do Arquitetônico) vale R$ 4.200,00 .

No total, o projeto de planta custará, de forma bem grosseira: R$ 18.900,00 (dezoito mil e novecentos reais).

Isso corresponde a 18% do custo de toda a obra. Sem contar no fato de que, muitas vezes ao se fazer todos os projetos com uma mesma empresa ou engenheiro, é comum que sejam oferecidos descontos, o que barateia ainda mais os gastos com plantas.

Adicionalmente, se quem for elaborar o projeto de construção ainda for uma Empresa Júnior (que é orientada por profissionais e professores formados e experientes), muitas vezes os custos desse tipo de projeto caem muito mais e não ultrapassam 50% do custo do mercado sênior.

Portanto, podemos concluir que, ao fechar um projeto de plantas como esse com uma Empresa Júnior, os custos totais no projeto de construção ficarão em torno de 9% em relação ao total. Além disso, por ser de uma atividade com fins de aprendizado e bem orientada, há um padrão de qualidade a ser mantido.

Também, em vez de gerar economia, dispensar o trabalho do projeto de construção pode fazer com que a obra demore muito mais que o tempo previsto para ser concluída e custe até 30% mais por erros de execução, causando  atraso, desperdícios, etc.

Além disso, sem as soluções estéticas e funcionais da arquitetura, o imóvel tende a se desvalorizar mais rápido.

Evitar embargar a obra:

Essa situação é comum para o Projeto Arquitetônico completo, pois suas plantas são parte dos documentos exigidos nas Secretarias de Urbanismo (SMU’s) das regiões  para a autorização para construir imóveis nas cidades por meio do alvará de construção (clique aqui para saber mais sobre legalização de construção). É comum que a SMU realize fiscalizações em obras de sua região para verificar se as legislações requeridas estão sendo cumpridas. Caso não estejam regulamentadas pela ausência do alvará, por exemplo, a obra será embargada. Com isso, os custos com mão de obra e material não utilizado aumentam ainda mais (sem contar a dor de cabeça para resolver tudo isso).

Diminuir desperdícios de material na execução da obra:

Uma grande dor de cabeça em obras de construção é o desperdício de material. Muitas vezes isso acontece porque itens como a quantidade de cimento ou vigas para determinado pilar não foram bem calculados, por exemplo. Grande parte disso pode ser evitado por meio da execução de um  projeto estrutural bem feito, pois nele estarão descritos dados como a quantidade de cimento e vigas necessários em cada parte da casa. Com isso, aquela situação comum em que o cliente precisa ir várias vezes em lojas de material de construção durante a execução da obra para comprar material em falta, sendo que grande parte dele sobra. Por meio de uma estrutura bem dimensionada, essa situação poderia ser evitada, ou pelo menos bastante diminuída.

Outro caso comum de desperdício de material que pode ser evitado é no projeto elétrico e no hidrossanitário (também chamados de projeto de instalações prediais ou projeto de instalações). Com um bom projeto de instalações, poderemos estimar melhor os tipos de fios e eletrodutos necessários, juntamente com as dimensões, tipos e comprimentos dos canos de água e esgoto utilizados para atender as demandas da casa. Com isso, fica mais fácil de determinar o orçamento da obra e economizar!

Maior segurança para seu imóvel:  

Vale ressaltar também que, com segurança em construção civil não se deve brincar. O setor de construção civil é um que sofre bastante com irregularidades no Brasil. Projetos mal feitos e executados causam, muitas vezes, risco de vida para várias pessoas. Estima-se que cerca de 36% a 49% das patologias de origem endógena nas construções ocorrem por falhas de projeto, seja por esquecimento dos projetistas em determinadas etapas de estudo ou mesmo pressa e busca por economia na obra. Um exemplo disso é um dado do CREA-RJ, em que cerca de 90% dos incêndios no Rio de Janeiro são causados por problemas elétricos. Muitos desses acidentes ocorrem devido a instalações elétricas mal feitas e poderiam ser evitadas por meio de um projeto elétrico bem feito.

Quer mais? Projetos Hidrossanitários mal executados aumentam os riscos de problemas de vazamento e também podem dificultar manutenções futuras nas instalações. Além disso, esse tipo de projeto é capaz de ajudar até mesmo a nossa saúde, mantendo mais limpo o ambiente em que vivemos. Quando as instalações de água e esgoto são bem feitas, evita-se empecilhos como mal cheiro, refluxo, entupimentos e, inclusive, a presença de insetos e roedores.

Já no Projeto Estrutural, algo que  nunca se deve negligenciar e muitas vezes é ignorado em projetos de construções é a sondagem do terreno. Ela é essencial para que seja conhecida as características do solo no terreno, como as espessuras das camadas que o compõe, resistência e localização de prováveis lençóis freáticos caso existam. É também com base nessa análise que os tipos de fundação são definidos. Caso o projetista não tenha conhecimento do subsolo por meio da sondagem, os riscos da fundação e estrutura da edificação serem dimensionados de forma errada aumentam consideravelmente. Vale ressaltar também que, mesmo após a obra já ter sido iniciada, ainda é possível corrigir problemas na fundação ocorridos por falhas de sondagem. No entanto, o investimento nesse caso é muito significativo. Segundo o engenheiro Artur Quaresma, tesoureiro da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS), “Dar à sondagem do terreno a importância necessária resulta em economia e prevenção de acidentes, além de proporcionar conforto e estabilidade à edificação”.

Portanto, cuidado sempre na hora que for querer começar a sua obra e as suas necessidades. O risco de não ter um projeto de construção é muito maior que a economia de não fazê-lo! Sem esquecer: é fundamental a contratação de empresas de segurança para a execução do trabalho, devendo sempre ficar atento se a equipe em questão é qualificada e com experiência.

Autoria: Rafael Rocha – Aluno do 3º Ano do Curso de Engenharia de Fortificação e Construção do IME