Quer ter uma piscina na cobertura?
O Primeiro Passo: Estar de olho no peso!
Ter uma piscina (Vale muito a pena Vale absurdamente a pena porque aqui tá muito quente!!!) nos períodos de muito calor como no verão, representa o sonho de consumo de muitos brasileiros.
Para aqueles com uma cobertura em suas casas ou prédios, que desejam ter momentos de lazer e descanso, a maior segurança e privacidade dos usuários tendo uma piscina privativa se torna uma vantagem ainda maior. Sem contar que uma piscina dá todo um toque charmoso e especial a um duplex/triplex.
No entanto, para quem mora em cobertura e pensa em instalar uma piscina, é preciso tomar alguns cuidados e saber algumas informações importantes sobre esse projeto. Isso porque um projeto mal feito pode transformar a diversão em dor de cabeça e, até mesmo, em algo perigoso para os moradores do imóvel e dos demais, caso seja um condomínio.
O Que Devemos Analisar A Mais Para A Montagem de Piscinas em Coberturas?
O Segundo Passo: A Estrutura do Prédio!
Primeiramente, deve-se verificar se a estrutura do prédio suporta a carga extra devido à instalação da piscina.
Isso ocorre porque, uma piscina pequena (com 2 metros de comprimento, 2 de largura e 1,4 de profundidade) tem volume de 5600L, que é aproximadamente 5,6 toneladas só de água, sem contar a estrutura feita para armazenar a água, que pesa cerca de 12,4 toneladas quando contém blocos de alvenaria e azulejo.
Ou seja, ao instalar uma piscina pequena, estaremos aumentando a carga suportada pelo prédio em aproximadamente 18 toneladas. Ou mesmo quando se utilizar forma de madeira, o peso total ainda fica em cerca de 12 toneladas a mais.
Não necessariamente a laje, vigas e pilares do prédio foram projetadas para suportar esse aumento. E, em muitos casos, não suportam.
Mas o que são lajes, vigas e pilares?
As lajes, em engenharia civil e arquitetura, são elementos estruturais de uma edificação, que são responsáveis por transmitir as cargas que nela chegam para as vigas e pilares que as sustentam. Ou seja, cada andar de uma casa ou prédio é formado por uma laje, que distribui o peso para as vigas, que distribuem para os pilares, e, em seguida, para as fundações do edifício.
Tá certo, mas o que isso tem a ver com a Instalação de Piscinas?
Então, tem tudo a ver. Todas as lajes, vigas e pilares de um imóvel, no momento da concepção do projeto estrutural de um prédio ou casa, são feitas para suportar um determinado peso máximo.
Ou seja, qualquer carga a mais que for colocada (caso seja maior do que a especificada para esse tipo de material) pode, ao longo do tempo, causar até mesmo o desabamento da residência.
Além disso, outra alternativa caso a laje não suporte a carga extra é o reforço na estrutura . Esse reforço pode sim ser feito, mas deve-se tomar muito cuidado e ser muito bem executado por um engenheiro responsável, pois a carga a mais pode acabar forçando demais os pilares e também provocar o desabamento.
Um exemplo disso foi o caso ocorrido em 2013 com um prédio de Bebedouro (SP), em que um prédio de 3 andares foi interditado pela Defesa Civil depois que um morador construiu irregularmente uma piscina e uma churrasqueira na cobertura do edifício.
Na época foi descoberto que o prédio foi todo modificado e grande parte dessas mudanças não estava de acordo com o quanto sua estrutura suportava, levando vários moradores a deixarem seus apartamentos porque o edifício corria o risco de desabar.
O Terceiro Passo (E Não Menos Importante): As Instalações Hidráulicas!
Além da questão estrutural, que é importantíssima, devemos também checar as instalações hidráulicas da cobertura para verificar se o encanamento existente é capaz de atender ao que instalações de piscinas precisam.
Caso não seja possível, haverá problemas de abastecimento e distribuição de água em outros pontos do imóvel. Além disso, se for preciso adicionar mais pontos para levar a água até a piscina, é necessário o dimensionamento dessas novas instalações por meio de um novo projeto hidráulico, para evitar problemas de vazamento e consumo de água.
Agora que já sei todas essas informações, como devo prosseguir caso queira instalar uma piscina em minha cobertura?
Primeiramente, deve-se procurar um profissional/empresa responsável com registro no CREA para fazer uma análise cuidadosa da estrutura da cobertura e do prédio.
Isso pode ser agilizado por meio da planta estrutural (Entenda mais aqui) original do prédio, que é conseguida com a construtora que projetou e/ou executou a obra do edifício. Caso seu prédio não seja muito antigo, essa planta pode ser facilmente conseguida.
O mesmo vale para a planta hidráulica (clique aqui para saber mais). No caso em que a empresa não possua mais alguma dessas plantas, deve-se buscar fazer a análise mais cuidadosa da estrutura e das instalações hidráulicas, o que demandará mais tempo, mas é a alternativa mais segura.
Se em seu prédio puder ser feito esse tipo de obra, busque pedir autorização da assembleia do condomínio (pois será uma obra que modificará a estrutura do prédio), apresentando projeto, autorização da prefeitura, engenheiro responsável e custo de água (caso a água não seja individualizada).
Após a autorização para construção…
É A HORA DE INSTALAR A PISCINA!
Deve-se também fazer a impermeabilização do piso para impedir futuras infiltrações. Tudo isso com o acompanhamento de um profissional especializado.
Fiz a análise estrutural do prédio e vi que a laje não suporta. Além disso, os custos de manutenção de piscina são altos. E agora?
De alternativa para quem não tem como instalar piscina em cobertura, mas ainda quer aproveitar a diversão do banho em dias de calor, as banheiras SPA e piscinas de Ofurô vêm ganhando cada vez mais destaque, por três principais motivos:
- As SPA apresentam pequeno volume de água, entre 800 e 1800 litros, e as de Ofurô tem entre 640 e 2100 litros. Com isso, grande parte das coberturas e apartamentos tem condições de ter uma.
- Ao contrário das piscinas, as SPAS e as de Ofurô serão instaladas simplesmente apoiadas no piso. Além disso, não serão chumbadas, não necessitando de obras civis e, consequentemente, não interferindo na impermeabilização do piso da cobertura.
- Apresentam custos de manutenção menor, pois podem ser mantidas vazias e têm uma troca de água mais frequente, diminuindo gastos com o tratamento.
Portanto, caso queira fazer essas modificações em sua cobertura, cuidado com a forma que você procede. Seja Responsável! Com isso, irá evitar dores de cabeça e riscos, garantindo a diversão para todos!
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Autoria: Rafael Rocha – Aluno do 3º Ano do Curso de Engenharia de Fortificação e Construção do IME
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