A sustentabilidade é um assunto que não sai de pauta e dificilmente se passa um dia sequer sem contato com as discussões geradas por esse assunto. Desde o consumo de energia e água em nossa rotina, até a decisão dos produtos que compramos no mercado, tudo passa a ser influenciado pelo impacto que pode ter no meio ambiente.
De forma geral, as principais buscas por soluções estão atreladas às fontes de grande impacto ambiental, como indústrias e grandes obras. Mas até mesmo pequenas mudanças podem ter grandes impactos quando implementadas em larga escala, por exemplo, ao se transformar as casas, distribuídas por vasta área no globo terrestre, em habitações sustentáveis. E, por mais que essas moradias possam parecer algo distante, pertencente a uma realidade somente idealizável, existem em muitas regiões e são caracterizadas por serem uma solução simples e objetivas.
Um dos grandes impactos sofridos ao se urbanizar uma região é a retirada de área verde. Estas áreas podem ser consideradas locais de aprisionamento de carbono e sua retirada causa a liberação deste carbono na atmosfera, promovendo a formação de gases do efeito estufa. A retirada deste material gera, também, a mudança do comportamento das águas pluviais naquela região, dado que a substituição do solo com vegetação por concreto e asfalto, por exemplo, impermeabiliza o terreno. Dessa forma, a infiltração no solo é reduzida e, consequentemente, aumenta-se o escoamento superficial, promovendo enchentes quando os sistemas de drenagem não mais são capazes de dar vazão à água que chega.
Para ambos os problemas apresentados, uma solução, por mais óbvia que possa parecer, apresenta grandes resultados: a recuperação de área verde. E, quando se fala de recuperação, não significa que serão retiradas as obras ali elaboradas, o que será feito é a implementação de áreas vegetadas nas coberturas das construções.
Este é um método milenar, já utilizado no antigo Egito e na Mesopotâmia com a finalidade de controlar a temperatura no interior das construções. Isso é possível por conta da capacidade de absorção da energia luminosa fornecida pela vegetação na cobertura, reduzindo tanto a condução térmica para o interior das construções quanto a irradiação térmica para as áreas ao seu redor. Além dessa gestão térmica, a cobertura viva fornece ainda um controle de umidade no seu entorno ao criar um micro ecossistema, favorecendo principalmente regiões de clima seco.
Dentro do ciclo de vida das plantas, além de influenciarem o bem-estar nessas edificações através da absorção luminosa e evapotranspiração, realizam, também, um trabalho de gerenciamento do CO2 na atmosfera. Em resumo, são capazes de absorver o gás carbônico do ar, reduzindo a poluição atmosférica e, consequentemente, seu impacto na saúde da população local e no aquecimento global, dado que este é um dos gases do efeito estufa.
Com notoriedade até maior em regiões de chuvas intensas, estão as enchentes que afligem populações urbanas devido a uma incapacidade dos sistemas de drenagem. Novamente, o telhado verde tem grande capacidade de ajudar, se elaborado para tal. Ao se construir essa solução, é necessário planejar corretamente as camadas da cobertura, levando em conta seu peso final, para elaboração da estrutura de sustentação, o tipo de impermeabilização necessária, tipos de solos a serem utilizados e qual será a vegetação que comporá o verde deste telhado. Ao se executar todo este trabalho de forma correta, pode-se controlar a velocidade com que a água das chuvas que ali chegam escoa para o sistema de drenagem da cidade, desafogando-o, ou se ela será destinada a um reservatório para captação e posterior utilização.
O armazenamento da água da chuva é uma solução empregada principalmente em regiões cujo acesso a este recurso é limitado e, para esses casos, os telhados podem ainda funcionar como filtros, retendo impurezas e microrganismos. Além da água, é possível se adquirir alimentos nessas coberturas ao transformá-las em hortas, produzindo hortaliças, ervas e legumes orgânicos. Resultando em maior economia e saúde, sendo possível ainda ampliá-los ao se implementar jardins verticais nas laterais de grandes edificações.
Os telhados verdes significam, além de soluções sustentáveis, melhoria na aparência e no conforto das edificações, bem como um aumento em sua visibilidade, podendo significar ainda bom investimento, em termos de marketing, para empresas e indústrias que façam uso de tal solução.
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